De acordo com estudo publicado no final do ano passado de pesquisadores da Universidade de Bristol e University College London, adolescentes com quadro de ansiedade podem ser mais suscetíveis a ter distúrbios alimentares.
Além de atrapalhar as relações sociais, a concentração e o aspecto cognitivo, o estado clinico de ansiedade tem também relação com os distúrbios alimentares, como apontou estudo publicado em dezembro de 2019 na European Eating Disorders Review. A pesquisa analisou a patologia do distúrbio de ansiedade e o envolvimento com níveis severos de jejum em 2406 adolescentes.
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Os dados coletados entre jovens do sexo feminino de 13 a 18 anos revelaram que meninas com transtorno de ansiedade realizam jejum regularmente duas vezes mais do que meninas que não possuem o distúrbio. Segundo a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e docente na Associação Brasileira de Nutrologia, esse jejum regular, muitas vezes, precede o desenvolvimento de anorexia nervosa, “As descobertas reforçam o que todos imaginavam, que a ansiedade e a alimentação restritiva alimentam um ao outro, por isso é tão importante tratar a ansiedade e os comportamentos alimentares”, afirma a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e docente Associação Brasileira de Nutrologia.
No estudo, o jejum foi avaliado após dois anos do diagnóstico de ansiedade. Para detectar se os participantes realizavam ou não jejum, foi feita a seguinte pergunta: “Durante o ano passado, com que frequência você não comeu por pelo menos um dia para perder peso ou evitar ganhar peso? Os participantes tinham três opções de resposta: menos de uma vez por mês, mais de uma vez por mês e semanalmente. Em suma, como resultado do estudo, obtiveram que um transtorno de ansiedade previa uma probabilidade aumentada de transtorno alimentar com jejum 2 anos depois, principalmente entre jovens de 17 e 18 anos (ou seja, os que foram diagnosticados com ansiedade aos 15 e 16 anos). No entanto, o estudo não apontou correlação entre transtornos de ansiedade nas ondas 13-14 e jejum na onda 15-16.
Esta pesquisa oferece uma importante contribuição para a compreensão de como a anorexia se desenvolve e pode ajudar a identificar indivíduos com maior risco de desenvolver distúrbios alimentares. A Dra. Marcella, porém, opina que as pesquisas precisam ser intensificadas: “Essas descobertas são importantes, mas não examinaram os núcleos causais, por isso é importante que as pesquisas futuras analisem as razões por trás dessas associações que foram encontradas. Além disso, é importante incluir homens jovens nas amostras para determinar se essa associação entre ansiedade e distúrbios de alimentação também se aplica a essa população, ainda que o problema seja muito mais comum em mulheres”, diz a médica.
Aumentar a compreensão sobre comportamentos alimentares desordenados é uma etapa necessária para melhorar os resultados das formas de prevenção. De qualquer forma, a nutróloga enfatiza a importância de cuidar, com o auxílio profissional multidisciplinar, da saúde mental e da alimentação. “A juventude é uma época de muita oscilação emocional, por isso se faz mais importante do que nunca um acompanhamento psicológico. Além disso, consultas nutrológicas regulares são vitais para a criação de uma rotina saudável de alimentação, e podem ser determinantes para excluir o risco do nascimento desses distúrbios”, finaliza.
FONTE: DRA. MARCELLA GARCEZ
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