Estudo mostra que diminuir ultraprocessados pode melhorar a saúde mental
A saúde mental é um dos grandes desafios para as autoridades médicas e governamentais nos dias de hoje. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com algum distúrbio psicológico.
E a alimentação é um fator que pode influenciar neste número. Um estudo científico revelou que o exagero no consumo de alimentos ultraprocessados pode estar ligado ao aumento de casos de depressão e outros transtornos psíquicos.
Quer saber como se alimentar melhor e evitar a depressão? Siga lendo este texto!
Mas o que afinal são os chamados alimentos ultraprocessados?
Quem nos explica é a médica nutróloga Marcella Garcez, mestre em Ciências da Saúde pela PUC-PR e diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN):
‘’Alimentos ultraprocessados são itens prontos para consumo ou de fácil preparo, muitas vezes ricos em açúcar, sódio e gorduras, além de baixos níveis de fibras, proteínas, vitaminas e minerais’’.
Entre os alimentos ultraprocessados mais consumidos estão:
.Salgadinhos de pacote,
.Biscoitos recheados
.Refrigerantes
.Bebidas adoçadas como sucos e chás
.Embutidos como presunto, mortadela, salame
.Macarrão instantâneo
.Chocolate
.Margarina
.Guloseimas
‘’São alimentos industrializados e geralmente trazem uma grande lista de ingredientes na parte posterior da embalagem, muitas vezes com elementos e siglas de difícil compreensão pelo público em geral, como carboximetilcelulose, açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, adoçantes, entre outros’’, acrescenta a médica.
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Uma pesquisa publicada no periódico científico Journal of Affective Disorders ((https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032723006092?via%3Dihub)) revelou que consumir alimentos ultraprocessados de forma exagerada pode levar a casos de depressão e outros transtornos mentais.
A pesquisa foi feita com 24.674 pessoas (entre homens e mulheres) e mostrou que aqueles que consumiam alimentos ultraprocessados em grande quantidade, apresentavam algumas dessas características:
.Morar sozinho ou se isolar
.Vida sedentária
.Ganho de peso
‘’Os indivíduos que se enquadravam no grupo que tinha o consumo mais alto de alimentos ultraprocessados, tiveram uma probabilidade 1,14 vezes maior de apresentar sofrimento psicológico elevado, em comparação com aqueles que consumiam menos”, afirma a dra. Marcella.
A pesquisa indica ainda que a má alimentação pode estar associada à alterações no quadro de saúde mental.
‘’O estudo descobriu que esses alimentos, que também trazem maior densidade calórica, além de descontrolar a dieta, podem desencadear adaptações neurobiológicas e levar a um comportamento cada vez mais compulsivo, também associados a quadros de tristeza”, diz a nutróloga.
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O estudo aponta que uma dieta de baixa qualidade pode ser fator de risco para a depressão. Mas como melhorar a alimentação?
‘’Há um descompasso grande na dieta dos que comem mais alimentos ultraprocessados. Esse tipo de padrão alimentar é associado a uma menor ingestão de proteínas, fibras e gorduras saudáveis, bem como a uma redução da ingestão total de vegetais e frutas”, fala a dra. Marcella Garcez.
E prossegue a especialista:
“Tanto macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) como micronutrientes (vitaminas e minerais) podem ter impactos positivos no humor das pessoas que os consomem. Enquanto a ausência de determinados alimentos na dieta pode contribuir para deixar o indivíduo cabisbaixo, a presença de outros pode potencializar estresses, ansiedades e depressões”.
É importante lembrar os neurotransmissores ligados ao bem-estar e ao bom humor são encontrados nos nutrientes de vários alimentos, como informa a médica:
“O triptofano, aminoácido essencial para a síntese de serotonina, principal neurotransmissor relacionado ao humor e bem-estar, está presente em muitos alimentos, tanto de origem vegetal como animal’’.
Entre os alimentos que contém triptofano, estão:
.Banana
.Abacate
.Grão de bico
.Laticínios
.Peixes
.Frango
.Ovos
.Castanha de caju
.Amêndoas
Além do triptofano, o cérebro também precisa de macronutrientes para funcionar bem, que podem ser encontrados em alimentos como:
.Carnes magras
.Frutos do mar
.Aves
.Feijão
.Lentilha
.Vegetais
.Legumes
.Cereais integrais
.Atum, salmão, sardinha(ômega 3)
.Nozes
.Castanhas
.Azeite de oliva (ômega 9)
“Os alimentos ultraprocessados não precisam ser completamente proibidos, mas o ideal é que o seu consumo seja minimizado. O indicado é sempre manter um hábito alimentar equilibrado, variado e o mais natural possível, para a síntese adequada de neurotransmissores e manutenção de funções orgânicas, que impactam positivamente o humor e bem-estar”, conclui a médica nutróloga.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica:
Dra.Marcella Garcez/Nutróloga
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