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Sobre a DTM

Em 1996, um grupo de pós-graduandos do Departamento de Morfologia se reuniu para formar um núcleo de estudos em Disfunção Temporomandibular (DTM) e Dor Orofacial (DOR). A partir daí, foram criados cursos de Aperfeiçoamento e Especialização. Para a viabilização desse projeto pedagógico, houve a necessidade da criação de um órgão suplementar, o Instituto da Cabeça, hoje órgão instituidor da FAP/UNIFESP, o qual englobaria além da área de ensino, um serviço ambulatorial para o atendimento dos pacientes com DTM. Além das atividades de ensino e atendimento clínico, uma nova linha de pesquisa se iniciou por meio dos resultados vindos deste ambulatório. Pelo volume e qualidade dos atendimentos prestados, e conseqüentes pesquisas geradas, no ano de 2004, esse serviço foi incorporado pelo Hospital São Paulo/UNIFESP, tornando-se um Ambulatório de referência na área. As instalações do Ambulatório têm capacidade para atender até 70 pacientes por dia.

O atendimento clínico é feito por um grupo de 30 cirurgiões-dentistas voluntários, oriundos dos Cursos de Especialização em DTM e DOF da UNIFESP/EPM, supervisionados por uma equipe multidisciplinar que compõe o quadro docente dos mesmos. A equipe é formada por cirurgiões dentistas, médicos de diversas especialidades (Neurologia, Otorrinolaringologia, Reumatologia, Ortopedia, Acupuntura), além de fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos, que atendem nas sub-áreas: Neurologia, Reumatologia, Psicologia, Otorrinolaringologia, entre outras, associadas às disfunções temporomandibulares. O atendimento ambulatorial já superou a marca de 2.600 pacientes.

Todas as atividades do núcleo são coordenadas pelo Prof. Dr. Ricardo Luiz Smith, médico, Presidente do Instituto da Cabeça e Chefe da Disciplina de Anatomia Descritiva e Topográfica e Coordenador do Programa de Pós-graduação em Morfologia da UNIFESP/EPM; e pelo Prof. Dr. Antônio Sérgio Guimarães, cirurgião-dentista, Mestre e Doutor em Ciências pela UNIFESP/EPM, Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial pelo Conselho Federal de Odontologia.

O que é DTM? 

Embora atinja milhões de pessoas no mundo inteiro, a DTM é uma doença pouco conhecida. São lesões causadas por movimentos desnecessários que fazemos com a boca, hábitos como: mascar chicletes, roer unhas, morder gelo, etc. O bruxismo, o ranger dos dentes que algumas realizam ao dormir, também é um dos principais fatores que causam DTM. O treino para a eliminação desses hábitos, ou a proteção dos dentes e dos músculos para os que apresentam o bruxismo, pode ser a chave para o alívio dos sintomas da disfunção.

Segundo estudos recentes, a incidência mundial de DTM é de 3% da população ao ano. Apesar de ser uma incidência baixa, a duração da doença é longa, fazendo com que haja um grande número de pacientes. Uma questão intrigante é que as mulheres em idade fértil são as mais acometidas pela doença, cerca de nove mulheres para cada homem. Atualmente, tem sido observado um aumento dos casos de DTM em adolescentes e crianças.

O paciente com DTM geralmente é um doente crônico que demora anos para buscar tratamento. Como os sintomas são muito subjetivos e podem estar ligados a outros problemas médicos (depressão, dificuldade visual, problemas otológicos), o dentista, muitas vezes, é o último profissional da saúde a ser procurado. As formas de tratamento Embora se trate de uma doença que pode causar dores de cabeça terríveis durante anos, o tratamento para esta doença, quando bem diagnosticada, não apresenta maior dificuldade. Com uma avaliação clínica bem realizada, que conste de técnicas específicas de diagnóstico, nas quais o especialista em DTM irá explorar e analisar de uma maneira ordenada as queixas de dor de cabeça do paciente, recomendando o tratamento necessário não só na sua área como também encaminhando o paciente para outros profissionais.

Geralmente o tratamento é simples e conservador, feito por meio de terapias caseiras, exercícios, compressas, relaxamento muscular, controle da ansiedade e depressão. Na maioria dos casos é necessária a interação de uma equipe multidisciplinar para o melhor entendimento e condutas específicas nas áreas de: neurologia, psicologia, reumatologia, otorrinolaringologia, endocrinologia e fisioterapia. O especialista em DTM deve estar apto a diagnosticar todas as dores orofaciais, tratando as que estejam relacionadas a sua área de atuação e encaminhando o paciente quando o tratamento demandar a intervenção de outro profissional de saúde. Só após a avaliação conjunta e simultânea, será realizada a terapia.

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