Já virou um hábito para grande parte da população brasileira, limpar os ouvidos com as hastes flexíveis (mais conhecidas como cotonetes), já que para a maioria das pessoas o costume nada mais é do que uma simples parte da higiene geral do corpo. Mas se engana quem pensa assim!
O problema que muita gente desconhece é que esse pequeno hábito pode gerar diversos riscos para saúde dos ouvidos, podendo ocasionar lesões sérias que necessitam de cirurgia para correção. A otorrinolaringologista Renata Lopes Mori explica que o formato das hastes não é ideal para limpar os ouvidos e seu uso facilita a ocorrência de irritações, inflamações e infecções, como otites externas, também podem até mesmo causar lesões no tímpano.
A cera é produzida para garantir proteção ao ouvido externo da entrada de microorganismos.
Para quem pensa que usando as hastes flexíveis, estará limpando toda a cera, está completamente enganado! A otorrino esclarece que ao invés do cotonete remover a cera, faz justamente o contrário, na verdade empurra para parte mais interna do ouvido em direção ao tímpano. As orelhas possuem um mecanismo de auto-limpeza trazendo a cera em direção a parte mais externa, expelindo-a para fora dos condutos auditivos.
A otorrino Renata Lopes Mori alerta que em alguns casos a cera é produzida em excesso ou os canais auditivos são estreitos e tortuosos demais. Quando isso ocorre o tímpano pode ser “tampado” causando dificuldade na audição, para tratar esse probleminha é necessário a cera ser retirada por um especialista, pois a tentar a remoção em casa com pinças e grampos ou em farmácias, leva ao risco de perfuração do tímpano, infecções e problemas de audição.
A médica orienta que a melhor forma de eliminar a cera em excesso, sem oferecer riscos para saúde é fazer a limpeza somente da parte externa, com um lenço ou toalha após o banho. A dica é limpar somente até onde o dedo alcança, deste modo a cera não é empurrada em direção aos tímpanos e é retirado todo o excesso.
Por Sacha Silveira
Essa condição pode afetar a cartilagem e comprometer as articulações
Aprenda a não confundir a asma com outras doenças respiratórias