“Geralmente retira-se gorduras ou açúcar”, diz o endocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). Já os dietéticos são todos os itens livres — ou quase — de um nutriente específico. Trata-se de uma restrição alimentar. “Açúcar no caso dos diabéticos, sal em relação aos hipertensos e glúten para quem não pode comer esse ingrediente”, exemplifica Mancini. Como em geral, ao se reduzir o açúcar, o valor calórico diminui, é possível que um alimento dietético seja útil para quem deseja emagrecer — é o caso dos refrigerantes. Mas nem sempre funciona assim. Chocolates e sorvetes diet, por exemplo, são arriscados para a balança. “Para não perder o sabor e a consistência eles levam mais gordura do que o normal”, explica a nutricionista Fátima Sardinha, da Universidade de São Paulo (USP). E, portanto, podem acabar sendo bem calóricos. Para saber se o alimento é diet ou light não basta confiar na classificação carimbada na embalagem. Os especialistas frisam que é importante conferir a composição no rótulo. “Cheque se o produto segue as características que você procura”, aconselha a nutricionista Fátima Sardinha, da USP. No caso de restrição de sódio, por exemplo, só compre se ela estiver clara. Quando o objetivo é emagrecer, compare o valor calórico do produto com similares — light ou não.
No caso dos ovos, cinqüenta gramas de ovo light — o equivalente a uma unidade — podem conter no máximo 4,3 gramas de gorduras. Um ovo tradicional possui, em média, 5,8 gramas do nutriente. Essa sutil diferença envolve uma série de vantagens. “A versão light tem menos colesterol e menos calorias”, enumera Pedro Alves Souza, especialista em Ciências dos Alimentos da Universidade Estadual Paulista, em Jaboticabal, interior de São Paulo.
No caso dos leites, existe o light e o desnatado. A diferença é que “o desnatado não contém gordura nenhuma”, responde o zootecnista Marco Antônio da Gama, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, São Paulo. Já o light, assim como o semidesnatado, possui cerca de 2% do nutriente. O especialista indica estes dois últimos. “Embora sejam um pouco mais calóricos, eles oferecem ácidos graxos benéficos à saúde”, justifica.
Às vezes ficamos na dúvida se devemos ou não trocar os alimentos normais pelos lights. A resposta é: nem sempre. Isso porque alguns nutrientes importantes — é o caso da vitamina A — são lipossolúveis, ou seja, transportados pela gordura. Assim, quando ela é retirada a vitamina vai embora junto. É por isso que algumas marcas acabam lançando versões light enriquecidas. Para a troca realmente valer a pena a redução calórica em relação ao produto tradicional deve ser de pelo menos 25%. E mais: de acordo com a Anvisa, ter no caso das bebidas 20 calorias a menos em 100 mililitros, e 40 calorias abaixo do normal em 100 gramas quando o alimento é sólido.
Para os hipercolesterolinêmicos (que possuem o colesterol elevado), os alimentos light são bastante indicados. Produtos light, especialmente aqueles pobres em gordura animal, são bons aliados para pessoas que precisam evitar itens recheados de colesterol e controlar o peso. “Isso vale sobretudo para leites, queijos e iogurtes”, exemplifica Cibele Crespim, nutricionista da RG Nutri Consultoria Nutricional, em São Paulo. Mas lembre-se: em geral as empresas cortam apenas 30% do valor calórico dos alimentos — assim, não dá para sair comendo à vontade só porque é light.
Na grande maioria das vezes, a fenilalanina está presente nos alimentos lights. Ela é um dos aminoácidos que formam o aspartame. O aviso em letras garrafais sobre a existência desse ingrediente no produto é para os fenilcetonúricos — pessoas que não possuem a enzima capaz de quebrar o aminoácido e, portanto, não podem ingeri-lo. Do contrário, correm riscos de complicações neurológicas graves. Quem não tem o problema pode aproveitar produtos com aspartame sem medo.
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