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Crises respiratórias no inverno

Quando se trata de crianças, inverno, quase que invariavelmente, é sinônimo de problemas respiratórios. Coordenadora da emergência do Prontobaby – Hospital da Criança, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, a pediatra Carla Reis Lucas está acostumada a uma rotina que inclui cerca de seis mil atendimentos por mês, número que tende a crescer 50% para as doenças respiratórias. No cenário de congestão nasal, tosses, espirros e bronquite, por exemplo, o nebulizador é personagem certo. Feito o diagnóstico e o primeiro atendimento, muitos pais são orientados a continuar a nebulização em casa. É quando surgem dúvidas e receios…

Os principais dizem respeito ao uso do medicamento broncodilatador e a ocorrência de efeitos colaterais, como a taquicardia – conta Carla Reis. A médica explica que o objetivo da nebulização é dilatar os brônquios, tubos que levam ar aos pulmões e que ficam obstruídos em decorrência da inflamação por processos alérgicos. Esse efeito pode ser obtido pela inalação de aerosol produzido pelo nebulizador, resultado da mistura de diluente (soro fisiológico) com medicamento que tem a função de dilatar os brônquios, facilitar a respiração e promover a expectoração.

Para orientar os pais, a coordenadora da emergência do Prontobaby elaborou algumas dicas:

1. Taquicardia – os medicamentos mais utilizados para nebulização são à base de broncodilatadores que promovem uma leve taquicardia – aceleração dos batimentos do coração. Esse efeito colateral é necessário para aumentar o fluxo sanguíneo no pulmão e promover o alívio esperado.

2. Indicação – é comum os pais terem nebulizadores e não há qualquer problema quanto ao seu uso em casa, com o objetivo de promover alívio no quadro de dificuldade respiratória provocada por distúrbios alérgico diagnosticados pelo médico. Entretanto, a consulta ao pediatra é fundamental para o acompanhamento e orientação do tratamento.

3. Dosagem – os pais devem seguir a dosagem e a freqüência prescrita. Mesmo no quadro de obstrução severa a dosagem de medicamento e a freqüência da nebulização não devem ser aumentadas sem o conhecimento do médico. Respeitada a orientação, a nebulização não representa qualquer risco.

4. Tempo de ação – o alívio com a melhora da condição respiratória depende da severidade do quadro, o que pode requerer uma freqüência maior ou menor de nebulização.

5. Intolerância à máscara – algumas crianças ficam irritadas com a máscara utilizada para a inspiração do aerosol e com o tempo prolongado. Nestes casos existe a opção da administração do medicamento spray (“bombinhas”) ou por via oral (xarope), este último menos eficaz nos casos agudos ou mais graves.

Por Marcela Eyer

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