O que é a obesidade? Esta doença se caracteriza pelo excesso de gordura no corpo, que pode trazer vários riscos à saúde, tais como:
.Hipertensão
.Diabetes
.Problemas nas articulações
.Ansiedade
.Depressão
E a obesidade sempre teve como maior fator de definição o conhecido Índice de Massa Corporal (IMC).
Mas uma pesquisa feita por especialistas sugere tirar o foco apenas do IMC e trazer novas formas de categorizar a obesidade.
Ficou interessado em saber mais? Então leia esta reportagem até o final.
Antes de falar da pesquisa sobre a nova definição de obesidade, é importante entender o que é e como é utilizado o IMC.
“Atualmente, de maneira generalizada, define-se um indivíduo como obeso quando este apresenta Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30, o que é calculado dividindo o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros)”, esclarece a endocrinologista Deborah Beranger, pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).
Mas nos meios médicos e científicos existe, já há algum tempo, um debate sobre se o IMC é realmente o melhor parâmetro para definir se alguém é obeso.
‘’Apesar do IMC ter sido utilizado há décadas para definir a obesidade por ser fácil de medir e comparar, o problema de basear-se apenas nesse índice está justamente no fato de levar em consideração apenas a proporção entre peso e altura, ou seja, apenas indica se a pessoa tem muito peso, mas não muita gordura’’, explica a dra. Deborah.
E prossegue a médica:
“Por exemplo, atletas com grande massa muscular podem apresentar um IMC alto, apesar de não terem gordura em excesso. Enquanto isso, alguém com um IMC classificado como ‘normal’ pode ter uma quantidade excessiva de gordura que represente um risco a saúde. Então é uma medida que, por si só, diz pouco sobre a saúde individual do paciente, se existem problemas cardíacos relacionados ou outras doenças”.
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Em função disso, um grupo de mais de 50 pesquisadores elaborou um relatório que foi publicado no conceituado periódico The Lancet Diabetes & Endocrinology (((https://www.thelancet.com/journals/landia/article/PIIS2213-8587(24)00316-4/abstract)) ,propondo que a definição de obesidade deixa de se basear apenas no IMC e passe a levar em conta também a quantidade de gordura corporal e quais os impactos provocados no organismo. O relatório propõe ainda duas categorias:
.Obesidade clínica
.Obesidade pré-clínica
“Enquanto a obesidade pré-clínica se refere ao acúmulo excessivo de gordura corporal que ainda não afeta os órgãos ou causa qualquer doença, na fase clínica já há uma interferência dessa gordura no funcionamento dos órgãos e tecidos e a presença de problemas como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2”, afirma a endocrinologista.
Ainda segundo a especialista, o excesso de gordura corporal se caracteriza quando a quantidade passa de 25% nos homens e de 30 a 38% nas mulheres.
“Existem algumas maneiras de medir a quantidade de gordura corporal. A mais popular é a bioimpedância, mas é pouco precisa. Podemos usar também raio-X de baixa intensidade, que é mais preciso, porém, em pessoas com IMCs mais elevados, pode não distinguir bem a gordura subcutânea da visceral. Temos também a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, que são extremamente precisas, mas caras”, fala a dra. Deborah Beranger.
Ela aponta ainda outras medidas que podem ser usadas para definir o que é a obesidade:
“Podemos medir o tamanho da circunferência da cintura, a proporção entre cintura e quadril e entre a cintura e a altura. Exames laboratoriais, histórico médico e familiar e informações sobre estilo de vida também são importantes para entender o impacto da gordura na saúde do paciente. E não precisamos descartar o IMC, mas deve ser secundário, sendo avaliado em conjunto com outros fatores. De qualquer forma, geralmente, em IMCs acima de 40, é seguro assumir que há uma alta quantidade de gordura corporal”.
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Essa nova proposta dos pesquisadores, tem como objetivo trazer melhorias ao tratamento da obesidade.
‘’A partir dessas informações, é possível dizer se o paciente é obeso e se a condição é caracterizada como clínica ou pré-clínica. Essa diferenciação na definição da obesidade pode contribuir para um diagnóstico mais preciso e consequentemente para um tratamento mais assertivo para cada caso, contemplando aqueles que realmente precisam e que, antes, talvez passassem despercebidos’’, diz a endocrinologista.
E conclui a dra. Deborah:
‘’Por exemplo, enquanto na fase pré-clínica mudanças de hábitos e monitoramento constantes podem ser suficientes para reduzir o risco de problemas de saúde, na fase clínica, o uso de medicações pode ser recomendado, mesmo que o IMC não seja tão alto”.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Deborah Beranger/Endocrinologista
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