O lipedema se caracteriza por um acúmulo anormal de gordura em algumas regiões do corpo, principalmente:
.Nas pernas
.Nos quadris
O que muita gente não sabe é que o lipedema pode também afetar as articulações, gerando uma sobrecarga nos joelhos.
Para saber como se precaver, siga lendo esta reportagem.
O lipedema passou a ser considerado como uma doença em 2022, o que gerou mais estudos sobre esta enfermidade. Hoje, já se sabe inclusive que o lipedema pode até chegar a atingir as articulações, ameaçando a saúde dos dos joelhos.
“O lipedema é caracterizado pelo acúmulo anormal de tecido gorduroso com aumento desproporcional do tamanho principalmente das pernas e quadris. Esse acúmulo de gordura pode causar uma restrição importante na amplitude do movimento do joelho, que é medida em graus. Para exemplificar, enquanto uma pessoa sem lipedema tem uma amplitude de movimento do joelho de até 140°, indivíduos com a condição podem ter essa amplitude reduzida para 90°”, afirma o ortopedista Marcos Cortelazo, especialista em joelho e traumatologia esportiva e integrante da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
O lipedema pode diminuir a mobilidade nos joelhos, mas este não é o único risco da doença.
“A presença de tecido adiposo em excesso na parte interna da coxa pode causar uma sobrecarga do joelho, pressionando o compartimento medial dessa articulação. Esse aumento de pressão leva à aceleração da degeneração da articulação do joelho, que, eventualmente, pode exigir uma cirurgia para colocação de prótese na região, procedimento conhecido como artroplastia”, acrescenta o médico.
Mas num caso de necessidade de próteses nos joelhos, antes é preciso tratar do lipedema.
“Caso a artroplastia do joelho seja realizada sem o devido tratamento do tecido adiposo, os problemas de mobilidade causados pelo lipedema persistirão e a degeneração da articulação pode continuar a ocorrer”, alerta o dr. Marcos.
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É preciso ficar atento aos principais sintomas do lipedema, que são:
.Aumento simétrico do tamanho dos membros (pernas, quadris e braços)
.Dificuldade em emagrecer
.Dor ao tocar as partes afetadas
.Aparecimento espontâneo de hematomas
.Acúmulo de líquido
E a doença pode causar vários incômodos.
“Além de dificuldades de locomoção e problemas ortopédicos nos joelhos, o lipedema, se não tratado, pode levar ao surgimento de condições como linfedema e disfunções circulatórias, como insuficiência venosa’’, diz a cirurgiã vascular Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV).
E para garantir eficácia no combate a esta doença, é fundamental a junção de 2 fatores:
.Diagnóstico precoce
.Tratamento precoce
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Mas qual seria o tratamento mais eficaz contra o lipedema?
Quem nos explica é ainda a dra. Aline:
“Apesar de ser uma doença crônica, isto é, sem cura, o lipedema pode ser controlado quando devidamente abordado. E hoje temos uma linha de tratamento eficaz nesse sentido que envolve uma equipe multidisciplinar composta por cirurgião vascular, nutricionista, fisioterapeuta e, eventualmente, ortopedista e cirurgião plástico”.
E prossegue a médica:
“É muito importante destacar que o tratamento do lipedema não se restringe a cirurgia com lipoaspiração para retirada da gordura. Esse é apenas um dos pilares no controle da doença, que é realmente essencial em alguns estágios, melhorando muito a qualidade de vida da paciente. Mas o tratamento clínico precisa ser feito antes e depois, em todos os casos, com medicamentos e uso de meias de compressão. Além disso, mudanças no estilo de vida também são indispensáveis para modulação do estado inflamatório, com adoção de uma alimentação anti-inflamatória e prática regular de atividade física”.
Em muitos casos o tratamento do lipedema acaba sendo suficiente para diminuir as dores e restaurar os movimentos dos joelhos. Mas mesmo com o quadro aparentemente controlado, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.
“O objetivo da artroplastia é a substituição da articulação desgastada por uma prótese de joelho, que pode ser feita de diferentes materiais, como metal e polietileno, um tipo de plástico”, fala o ortopedista Marcos Cortelazo.
E acrescenta o especialista:
‘’Hoje, existem próteses feitas sob medida para cada paciente com base em imagens de tomografia computadorizada que permitem que o médico analise o tamanho, o formato e a posição dos ossos do joelho, garantindo assim um encaixe perfeito. Com isso, a cirurgia é mais rápida, há menor necessidade de cortes ósseos e a prótese pode ser posicionada com maior facilidade”.
Nos casos em que a artoplastia é recomendada, a indicação é utilizar as próteses de joelho personalizadas.
“No entanto, pacientes que já apresentam perda óssea ou deformações severas podem não ser elegíveis. Torna-se então ainda mais importante que os pacientes não adiem a artroplastia para que as deformidades não piorem, assim impossibilitando a utilização dessa tecnologia inovadora”, diz o médico.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e dos médicos:
Dr. Marcos Cortelazo/Ortopedista
Dra. Aline Lamaita/Cirurgiã Vascular
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