Vida e Saúde

Um perigo para a sua saúde bucal!

As doenças autoimunes podem afetar a saúde da boca,gengivas e dentes

As doenças autoimunes representam um grupo de enfermidades que se caracterizam principalmente, pela desregulação do sistema imunológico,  produzindo anticorpos contra nosso próprio organismo,atingindo tecidos e órgãos . Existem mais de 50 doenças autoimunes, sendo as principais que apresentam implicação na cavidade oral: lúpus, líquen plano, psoríase, Síndrome de Sjogren, pênfigo, penfigoide e  doença de Crohn.

Todas estas doenças  podem causar prejuízos à cavidade bucal de alguma forma e como são doenças que podem ser controladas, mas não curadas,é importante que o tratamento envolva também  saúde bucal do paciente.

Para saber mais sobre como conviver com uma doença autoimune e  manter sua saúde bucal, continue lendo este artigo.

A relação entre doença autoimune e saúde bucal

A cavidade oral é um importante local, onde ocorrem muitos processos fisiológicos fundamentais, estando frequentemente envolvida em doenças autoimunes ou em outras doenças sistêmicas. Somado a isso, durante o tratamento da doença autoimune são utilizados inúmeros medicamentos imunossupressores, que geram efeitos maléficos na cavidade oral, como: candidíase, herpes, ulcerações, aftas, aumento da salivação e doença periodontal grave.

Estas alterações podem interromper o tratamento, influenciando no prognóstico do paciente. Além das complicações pelo tratamento, na maioria dos casos, os pacientes encontram-se deprimidos com autoestima baixa, reduzindo bastante o cuidado com a saúde oral. Diante disso, apresentam um alto índice de cárie e doença periodontal, sendo necessário realizar um acompanhamento regular com cirurgião-dentista.

Vale ressaltar que  é importante  o paciente procurar  um estomatologista, para realizar  o exame físico geral, o exame físico extraoral, onde toda as estruturas na região da cabeça e pescoço são examinadas, e por fim, o exame físico intraoral, que contempla avaliação dos lábios, mucosa labial, mucosa jugal(parte interna das bochechas), palato, língua, assoalho, rebordo alveolar, gengiva, dentes e fundo de vestíbulo.

 

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Quais os sintomas?

As doenças autoimunes, principalmente as dermatomucosas, frequentemente, apresentam manifestações na cavidade bucal, podendo preceder as alterações  cutâneas ou sistêmicas, representando os únicos sinais da doença. 

O diagnóstico precoce é de grande importância para que os pacientes tenham um tratamento adequado com uma abordagem multidisciplinar. Neste grupo as mais comuns seriam líquen plano, lúpus, pênfigo e penfigoide. O líquen pode se manifestar como estrias brancas entremeando áreas eritematosas, em diversas regiões, como a  parte interna das bochechas. 

As lesões de lúpus também podem seguir esse padrão e podendo ainda ter o aparecer sangramentos,descamação ou edemas nos lábios . O pênfigo e o penfigoide  já são lesões bolhosas, onde se tem  a formação de bolhas e áreas  avermelhadas  após o rompimento das bolhas, por toda mucosa oral. 

Outra doença importante é a Síndrome de Sjögren sendo uma doença sistêmica inflamatória crônica, onde as glândulas lacrimais e salivares são os principais órgãos afetados, gerando disfunções que desencadeiam quadro de olhos secos e boca seca. 

Essas condições são mais comuns em mulheres de meia idade e  pode haver uma predisposição genética.

E tem ainda a  psoríase, na qual as  lesões orais podem ser divididas em duas categorias: autênticas lesões de psoríase, comprovadas pela biópsia e com curso clínico paralelo ao das lesões cutâneas e lesões não-específicas, como o surgimento de fissuras ou manchas avermelhadas na língua.

 

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A importância da higiene bucal

‘’Alguns estudos mostram que o paciente com doença autoimune estaria constantemente inflamado, o que gera uma maior predisposição a doença periodontal. Entretanto, observamos um menor cuidado oral nesses pacientes, uma vez que já necessitam de cuidados gerais devido as complicações da doença, sendo assim, a rotina de higiene oral fica bastante prejudicada. Outro ponto seria o uso de medicamentos que podem reduzir o fluxo salivar e podem predispor a quadros infecciosos, como a candidíase oral. Este conjunto de fatores eleva o índice de doença periodontal e cárie nestes pacientes. É essencial que estes pacientes realizem visitas regulares ao dentista para evitar maiores agravos na saúde oral, que impacta diretamente a saúde geral’’,afirma a 

dra.Bruna Lavinas,dentista , Especialista em Estomatologia e Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e com mestrado e doutorado em Patologia

Ela acrescenta:’’ o dentista deve realizar ações de educação em saúde, gerando a valorização da autoestima, reforçando a importância da escovação, uso do fio dental e um consumo de alimentos menos cariogênicos. O alto índice de cárie, hipossalivação e doença periodontal exige acompanhamentos curtos e fluorterapia periódica. O estresse é um fator exacerbante destas doenças e em alguns pacientes, o atendimento odontológico pode gerar alto nível de estresse. Devemos tentar reduzir o tempo de consulta e gerar uma boa relação com o paciente, para minimizar este fator’’. 

 E  haveria alguma relação entre quem tem  doenças crônicas, como cardiopatias ou diabetes, por exemplo, e a saúde bucal? Com a palavra a dra.Bruna:

‘’Essa relação ainda não está bem estabelecida, o que sabemos é que as comorbidades podem coexistir com maior frequência em pacientes com doenças autoimunes, e que, as complicações diabéticas, em pacientes não controlados, podem agravar os sinais e sintomas das doenças autoimunes’’.

Para finalizar,a dra.Bruna Lavinas lembra:“é muito importante que pessoas portadoras de doenças autoimunes saibam que o acompanhamento de um estomatologista para elas é essencial. Sintomas como boca seca, queimação dos lábios, língua rígida, crescimento excessivo da gengiva, maior risco de cárie e inflamação podem surgir relacionadas às doenças autoimunes e, caso não sejam tratadas, podem trazer grandes problemas”,

Contamos com a colaboração da Bem Na Fita Comunicação e da Dentista e Professora  Dra.Bruna Lavinas

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