Vida e Saúde

O perigo do pé diabético!

Aprenda a prevenir este problema que pode levar até a amputação

O diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pela ausência de produção de insulina pelo pâncreas ou pela baixa qualidade desta insulina.

Com isso, a glicose não é metabolizada de forma adequada, elevando as taxas de açúcar no sangue, levando à hiperglicemia.

O diabetes é uma doença grave que pode gerar sérias consequências, tais como:

.Infarto

.AVC

.Problemas renais

.Infecções na bexiga e na pele

.Visão embaçada

.Dificuldade de cicatrização

.Doenças vasculares

 

Mas além destes problemas, a doença pode ainda trazer uma série de complicações que podem levar à condição do pé diabético, que pode até exigir o extremo de uma amputação.

Quer saber mais sobre o pé diabético e como evitar esta situação? Siga lendo esta reportagem!

 

O pé diabético

Mas afinal o que é o pé diabético? Quem explica é a cirurgiã vascular Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV):

“É uma complicação do diabetes mellitus e ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés, como uma bolha, frieira ou até mesmo um calo, evolui para uma ferida maior, que, se não tratada, pode agravar-se e levar a necessidade de amputação”.

Isso acontece porque glicose elevada, característica principal do diabetes descontrolado, prejudica a circulação do sangue, afetando a cicatrização e a regeneração dos tecidos na região dos pés. Assim, o organismo não consegue mais cicatrizar as feridas que surgem no local.

Entre os principais sintomas estão:

.Perda da sensibilidade nos pés

.Sensação de formigamento

.Queimação nos pés e tornozelos

.Dores  e sensação de ‘’agulhadas’’,

.Dormência e fraqueza nas pernas

O pé diabético costuma ainda provocar inchaço ou mudança na coloração dos pés.

 

‘’Como o diabetes influencia diretamente na circulação arterial, podemos ter alterações de cor tanto dos dedos quanto do pé, que pode ficar avermelhado, azulado ou até pálido, bem branco. A glicação proteica decorrente da alta glicemia cronicamente pode gerar inflamação e inchaço’’,diz a dra. Aline.

Veja também:

https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/sintomas-diabetes-para-ficar-atento/

 

O risco de amputação

Mas muitos diabéticos não percebem a gravidade do problema e só resolvem buscar ajuda quando surge uma ferida ou infecção que não passa de jeito nenhum.

‘’A glicose aumentada no sangue faz um processo de glicação nos nervos periféricos, o que chamamos de polineuropatia diabética, que leva a alteração de sensibilidade e de propriocepção, mudando a pisada, o que, a médio prazo, leva a formação de calos em lugares atípicos. Chamamos isso de mal perfurante plantar. É essa alteração de sensibilidade que acaba fazendo com que o diabético tenha lesões nos pés, afinal, ele pode passar o dia literalmente com uma pedrinha no sapato e não perceber’’, alerta a médica.

Este é um dos motivos que torna o pé diabético a segunda maior causa de amputações nos hospitais brasileiros, perdendo apenas para os acidentes com traumas graves.

‘’A outra alteração decorrente dessa glicação é uma alteração da cicatrização e diminuição de imunidade, o que, associada a alteração circulatória, acaba por levar pequenas lesões como frieiras ou traumas a um quadro infeccioso mais grave e de difícil resposta, gerando necessidade de amputações frequentes de dedos e até do pé’’, afirma a dra. Aline Lamaita.

“Por isso, se alguém tem diagnóstico confirmado de diabetes, ao notar a presença de qualquer um dos sintomas já citados, o mais importante é procurar um médico para iniciar o tratamento, que é feito de acordo com o tipo de lesão no pé e a sua gravidade’’, acrescenta a cirurgiã vascular.

Leia ainda:

https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/diabetes-mellitus-esta-entre-as-cinco-doencas-que-mais-matam/

 

Cuidados e tratamento

E como o diabético pode evitar cortes nos pés?

‘’Dentro de casa, por exemplo, é importante para o diabético manter bons hábitos de higiene no chão, mas o mais recomendado é que se crie a rotina de usar calçados confortáveis e inspecionar o interior dos calçados com a mão antes de calçar, já que frequentemente temos déficit visual e uma sujeira pode ficar no sapato e levar a uma lesão decorrente da falta de sensibilidade’’, fala a especialista.

O tratamento m–édico para lesões e feridas nos pés dos diabéticos, geralmente envolve:

.Uso de antibióticos

.Uso de  pomadas antimicrobianas

.Troca diária dos curativos

.Melhora da dieta

.Uso de medicamentos e insulina para controlar a glicose

Segundo a Dra.Aline, a prevenção é um fator primordial para fugir do pé diabético.

‘’É fundamental a inspeção diária dos pés à procura de pequenas feridas, bolhas, áreas avermelhadas, alterações nas unhas, calos e mudanças na forma e na coloração dos pés’’.

E ela finaliza com uma dica sobre os calçados para os pés dos diabéticos:

‘’É importante utilizar apenas sapatos macios, leves e moldados na forma dos pés. Existem sapatos especializados para diabéticos, que são mais folgados, sem costura e com material mais macio, dificultando a formação de bolhas e com palmilhas especiais para evitar o mal perfurante plantar. Também se deve evitar andar descalço ou com sandálias e chinelos, em qualquer lugar, mas sobretudo fora de casa. Devemos sempre ter em mente que o pé do diabético é sensível e vale ouro, afinal, pequenas lesões podem levar a problemas gravíssimos, sendo assim o cuidado deve ser redobrado’’.

 

Confira também:

https://marcioatalla.com.br/dicas-rapidas-vida-e-saude/pratica-de-atividade-fisica-ajuda-a-regredir-o-diabetes/

https://marcioatalla.com.br/nutricao/dieta-que-restringe-carboidratos-e-opcao-eficiente-no-tratamento-da-diabetes-tipo-2-aponta-estudo/

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