Vida e Saúde

Novo alerta contra o câncer

Um exame de sangue inovador pode detectar o câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas é um dos tipos de tumores mais agressivos que existem.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), chega a atingir cerca de 2% da população. E se encontra em 7º lugar entre os tipos de câncer que mais matam no país.

Um dos grandes problemas é a dificuldade de diagnóstico deste tumor. Mas agora um novo estudo científico apresenta uma esperança: um novo exame de sangue pode detectar com antecedência o câncer de pâncreas.

Ficou com interesse em saber mais? Então siga lendo esta reportagem.

 

O câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas tem um comportamento muito agressivo e, frequentemente só é diagnosticado em estágios avançados, quando as opções de tratamentos já ficam bastante limitadas.

‘’É o tipo mais letal da condição, chamado adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC), também é o mais comum, correspondendo a 90% dos casos diagnosticados”, afirma o oncologista Ramon Andrade de Mello, Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Pós-Doutor Clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e integrante da equipe do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil (São Paulo). 

Os principais fatores de risco para o câncer de pâncreas são:

.Obesidade

.Tabagismo

.Pancreatite crônica

 

“Esse tipo de câncer se origina nas células dos ductos pancreáticos e o grande problema é que, em muitos casos, só conseguimos identificá-lo quando já é muito tarde. Isso porque os testes disponíveis atualmente, como o do marcador tumoral CA 19-9, não são sensíveis o suficiente para detectar a doença precocemente, apesar de serem bons indicadores do prognóstico”, acrescenta o médico.

 

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Um exame inovador

Mas agora, pesquisadores desenvolveram um novo tipo de exame de sangue que pode auxiliar no diagnóstico precoce do câncer de pâncreas, ajudando a aumentar as chances de sobrevivência.

O exame foi denominado no estudo de PAC-MANN (sigla em inglês para análise baseada na atividade da protease utilizando um nanosensor magnético) e teve seu resultado publicado no  periódico Science Translational Medicine ((https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.adq3110)).

‘’O teste utiliza uma pequena amostra de sangue para detectar alterações na atividade da protease, um indicador-chave do adenocarcinoma ductal pancreático e foi criado a partir de amostras de sangue de 350 pacientes que tinham câncer de pâncreas, apresentavam fatores de risco para a doença ou foram usados como controle. Nessas amostras, os pesquisadores identificaram proteínas, especialmente proteases, que eram mais ativas em pessoas com PDAC e, então, criaram um exame específico para detectá-las’’, aponta o especialista.

Durante a pesquisa, os cientistas descobriram que o exame PAC-MANN foi capaz de identificar pacientes com câncer de pâncreas em 98% dos casos.

‘’Assim, o teste é especialmente útil para pessoas que apresentam fatores de risco para o câncer pancreático, pois permite um rastreamento efetivo e, ao mesmo tempo, menos invasivo do que uma ultrassonografia endoscópica ou outras biópsias líquidas que exigem grandes volumes de sangue. Com isso, o teste pode ser realizado com maior frequência para detecção precoce“, comenta o dr. Ramon Andrade.

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A importância do diagnóstico

O diagnóstico precoce trazido pelo exame de sangue PAC-MANN, é uma nova chance de sobrevivência para pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas.

 “A escolha do tratamento depende da gravidade do caso e se a doença é operável ou não. Caso seja operável, a cirurgia pode ser indicada, o que torna o prognóstico melhor. Outra opção é a realização de quimioterapia seguida de cirurgia e, posteriormente, retornamos com a quimioterapia. Por sua vez, se a doença já estiver disseminada pelo organismo, a quimioterapia é utilizada isoladamente. Entretanto, na doença metastática, a sobrevida é curta, podendo variar, em média, de 6 a 11 meses, dependendo do tratamento utilizado”, fala o oncologista.

Além de detectar a doença precocemente, o exame também pode ajudar no acompanhamento do tratamento.

 ‘’Após cirurgia, os pesquisadores observaram uma diminuição na atividade da protease. Então, o teste também pode ajudar a medir a eficácia de um tratamento e a guiar estratégias terapêuticas, pois, ao monitorar a resposta do paciente em tempo real, permite uma melhor tomada de decisão, melhorando, assim, os resultados”, diz o especialista.

Entre algumas das principais vantagens do exame, estão a baixa quantidade de sangue para o teste (0,008 mililitros) e a rapidez do resultado, que fica pronto em cerca de 45 minutos.

Mas serão necessários ainda novos estudos para que este exame inovador esteja totalmente disponível para uso entre a população.

 “O exame PAC-MANN, se validado em futuras pesquisas, pode tornar-se uma ferramenta indispensável para o diagnóstico, tratamento e melhora do prognóstico do câncer de pâncreas”, conclui o dr. Ramon.

 

Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e do médico:

Dr. Ramon Andrade de Mello/Oncologista

 

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