De insulina oral até novas tecnologias: conheça os avanços anti-diabetes
O diabetes mellitus já é considerado uma epidemia mundial e o Brasil também é afetado. O número de diabéticos no país já chega a 13 milhões de pessoas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
A doença pode gerar várias complicações como:
.Infartos
.AVC
.Doença renal
.Doenças hepáticas
.Neuropatias
.Perda da visão
Mas a ciência tem avançado em novos procedimentos e medicações para auxiliar no enfrentamento da doença. Saiba quais são, lendo o texto a seguir.
Um dos avanços no controle do diabetes e que oferece mais conforto a quem tem a doença, são as minibombas de insulina sem fio.
“A bomba de insulina é um dispositivo eletrônico que fica conectado ao corpo durante o dia todo para fornecer insulina em doses menores de maneira contínua ao longo das 24 horas. É uma alternativa às injeções de insulina para pacientes que têm dificuldade de manter o controle da glicose sanguíneo, que têm grandes variações nos níveis de açúcar no sangue ou que têm quadros de hipoglicemia (a queda dos níveis de glicose) frequentes ou graves, por exemplo”, explica a endocrinologista Deborah Beranger, pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).
Só que as bombas tradicionais tem um problema: elas ficam conectadas ao corpo por um fio, o que pode trazer incômodos na hora da realização de algum exercício físico, com o risco de dobrar o cateter e interromper o fluxo de insulina. Já as minibombas oferecem vantagens.
“Esse novo dispositivo surge para corrigir esse problema, pois é completamente sem fio, permanecendo acoplado na pele como um adesivo, e é controlado por um dispositivo portátil via bluetooth. Além disso, conta com um medidor de glicose e uma calculadora de bolus, isto é, de dose, para aplicar insulina continuamente e com máxima precisão, além de conforto. É o que temos mais próximo do funcionamento do pâncreas”, aponta a médica.
Outra inovação é a insulina semanal, que é injetada através de uma caneta e pode ser mais funcional e cômoda do que o uso da insulina diária.
‘’Estudos mostraram que, em comparação com a aplicação diária, a insulina semanal garantiu um melhor controle da diabetes e reduziu o risco de hipoglicemia. Isso sem falar na diminuição significativa de injeções ao longo de um ano’’, destaca a médica.
Ainda sobre a insulina, existem estudos científicos já bem avançados para oferta da chamada insulina por via oral.
“Pesquisadores criaram um revestimento que protege a insulina de ser decomposta pelos ácidos estomacais e enzimas digestivas, mantendo-a segura até alcançar o fígado, onde é finalmente quebrada por enzimas ativas somente quando os níveis de açúcar no sangue estão altos. E, além de ser mais prática e confortável por não precisar ser injetada ou refrigerada, a insulina oral ainda tem menos efeitos colaterais, justamente por ser liberada apenas quando os níveis de glicose estão altos’’, explica a dra. Deborah.
Esse procedimento diminui ainda o risco de um dos maiores temores de quem é diabético: a hipoglicemia.
“Nada acontece se esses níveis estiverem baixos, pois as enzimas responsáveis por quebrar a insulina não estarão ativas. Isso reduz o risco de hipoglicemia, pois a liberação de insulina ocorre de maneira controlada de acordo com as necessidades do paciente, ao contrário do que acontece com as injeções, em que a insulina é liberada de uma só vez”, diz a endocrinologista.
A expectativa é que a insulina oral esteja disponível para uso em no máximo 3 anos.
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Outra novidade são os sensores de monitoramento de glicose num tamanho menor , o que facilita o uso por parte dos diabéticos.
“Esse novo sensor é menor, mais fino e mais leve que duas moedas de 5 centavos empilhadas. Esse é o grande diferencial do novo dispositivo, que, além disso, ainda realiza leituras contínuas do nível de glicose que são enviadas diretamente para o celular, sem a necessidade de escanear o sensor, o que permite um acompanhamento muito mais preciso dos níveis de açúcar no sangue”, indica a especialista.
O problema é que este sensor, que já é encontrado em vários outros países, ainda não está sendo vendido no Brasil. Então por ora só importando. Mas é possível comprar no país uma versão anterior com o tamanho mais ou menos de uma moeda de 1 real.
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As chamadas “canetas emagrecedoras” são medicamentos criados para tratamento do diabetes tipo 2, atuando sobre os hormônios do intestino que tem relação com a sensação de saciedade e manutenção do índice glicêmico adequado.
O mais conhecido é o Ozempic, têm sido muito recomendado por médicos para um grande número de pacientes que precisam controlar a doença e também combater a obesidade.
“Entre as canetas, a maior novidade no tratamento é o Mounjaro, que, além de simular o hormônio GLP-1 assim como faz o Ozempic, também simula um outro hormônio, chamado de GIP. Dessa forma, atua de maneira muito mais potente na produção e liberação de insulina e no controle dos níveis de glicose no sangue. Além disso, possui o efeito benéfico da perda de peso, mas de maneira muito mais significativa que o Ozempic justamente por ter esse hormônio adicional. E sabemos que a maioria dos pacientes obesos são diabéticos ou pré-diabéticos, então, ao trabalhar a obesidade, conseguimos controlar e até prevenir o diabetes”, comenta a dra. Deborah Beranger.
O Mounjaro deve chegar às farmácias brasileiras ainda este ano. Mas apesar de todas essas descobertas, é sempre importante ressaltar que o uso de qualquer novo medicamento ou tecnologia deve ter sempre acompanhamento médico. E para enfrentar o diabetes é preciso também uma mudança de hábitos.
‘’Nem o mais avançado tratamento é capaz de substituir a adoção de um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática de exercícios físicos. É um pilar fundamental no controle da doença, independente de qual tecnologia ou medicamento venha a surgir no futuro”, conclui a endocrinologista.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica: Dra. Deborah Beranger/Endocrinologista
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