Vida e Saúde

Não confunda tosse com resfriado

Tosse em crianças pode ser sinal de alergia infantil

As doenças respiratórias são um dos principais problemas a afetar as crianças.

E entre estas se destaca a tosse alérgica, um dos principais problemas respiratórios que podem atacar meninos e meninas durante a infância.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) chega a quase 40% a quantidade de  crianças que apresentam algum tipo de doença alérgica. 

Então, para saber como proteger os pequenos da tosse alérgica, siga lendo esta matéria.

 

Causas e sintomas

Mesmo sendo uma condição muito comum, existem ainda muitas dúvidas sobre a tosse alérgica infantil.

‘’Embora seja frequente, não é uma doença isolada, mas um sintoma de uma reação do sistema imunológico, geralmente ligada à rinite ou à asma. Ela ocorre como resposta inflamatória após a inalação de substâncias como ácaros, pólens, pelos de animais ou fungos”, esclarece o pneumologista pediátrico Cláudio D’Elia, médico do  Prontobaby Hospital da Criança.

E a rinite pode ser um fator desencadeador da tosse alérgica, se não for bem tratada.

‘’A rinite alérgica aumenta a produção de muco nasal, que escorre para a garganta e irrita terminações nervosas, causando a tosse. Também interfere na respiração, já que a obstrução do nariz obriga a criança a respirar pela boca, agravando o quadro”, aponta o médico.

 E entre as principais causas da tosse alérgica estão os fungos.

‘’As alergias podem ser causadas ou agravadas por componentes do bioaerossol provenientes de ambientes naturais ou de ambientes interiores, em locais de trabalho ou habitações. Os principais componentes do bioaerossol são os fungos e os seus metabólitos’’ fala o especialista.

Estes fungos geralmente são encontrados em ambientes úmidos das casas, como:

.Banheiros

.Cozinhas

.Lavanderias

.Porões 

.Áreas com vazamentos

Mas existem algumas medidas simples que podem evitar o surgimento de fungos nas residências, como por exemplo:

.Manter a casa seca e bem ventilada

.Abrir as janelas regularmente

.Instalar exaustores no banheiro e na cozinha

.Fechar as portas do banheiro na hora do banho e da cozinha ao usar o fogão (evitando a propagação do ar úmido)

.Só secar roupa em ambientes com boa ventilação

.Ficar atento à formação de mofo em papel de parede e plantas de interior

E atenção para quem tem pet em casa. Animais domésticos como cães e gatos podem gerar o problema.

‘’A caspa (pele descamada), saliva e urina de cães e gatos contêm alérgenos que podem desencadear um amplo espectro de sintomas alérgicos, inclusive tosse. Para alérgicos graves a remoção do pet é a estratégia mais eficaz. Quando a opção for manter os animais, há medidas eficazes para minimizar a exposição como: combinar banhos pelo menos 2 x por semana com água corrente ou produtos específicos de higiene, lavagem de tecidos com detergentes de roupas, evitar tapetes e carpetes e utilizar purificadores e aspiradores com filtro HEPA’’, recomenda o dr Cláudio.

Outra questão importante é que a tosse alérgica pode ser hereditária.

‘’A predisposição genética (histórico familiar de rinite, asma ou dermatite atópica) aumenta o risco de desenvolver tosse alérgica. O risco é significativamente maior quando ambos os pais são alérgicos’’, indica o pneumologista.

Veja também:

https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/sofre-de-alergias-respiratorias/

Cuidado para não confundir

Um dos principais riscos que pode atrapalhar o correto tratamento da tosse alérgica é a confusão que muita gente faz com outras doenças respiratórias. Para não cair nessa armadilha é importante saber que:

 

.A tosse alérgica é geralmente seca (sem secreção)

.É persistente (dura de semanas a meses)

.Piora à noite

.Piora em ambientes específicos (quarto com cortinas, casa com pets)

‘’Crianças pequenas não conseguem descrever adequadamente os sintomas como ‘coceira no nariz’ e na fase inicial, muitas vezes a tosse alérgica é confundida com resfriados prolongados ou refluxo gastroesofágico. A tosse alérgica não se manifesta com febre que é um sintoma relacionado com as infecções respiratórias e melhora com medicação antialérgica’’, fala o médico.

Porque esse tipo de tosse apresenta um quadro de piora à noite?

 “À noite, os níveis de cortisol estão mais baixos e como esse hormônio tem ação anti-inflamatória, sua redução favorece a inflamação das vias respiratórias. A posição deitada também facilita o gotejamento pós-nasal, outro fator que agrava a tosse”, diz o dr. Cláudio.

O inverno é outro fator complicador.

‘’O ar seco e o aumento da permanência em ambientes fechados e mal ventilados, com exposições prolongadas aos aeroalérgenos (ácaros, fungos e os derivados de animais), pioram a tosse alérgica. Além disso, infecções virais são mais comuns no inverno e podem agravar a inflamação alérgica’’, comenta o especialista.

 Leia ainda:

https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/sem-confusao-com-a-asma/

 

Prevenção e tratamento

Existem medidas que podem ajudar a prevenir a tosse alérgica infantil, como por exemplo:

.Lavar as roupas de cama a temperaturas acima de 60 °C

.Usar capas antialérgicas em colchões e travesseiros

.Aspirar os colchões 2 vezes por semana

.Retirar do quarto da criança objetos que acumulem poeira 

.Por os  brinquedos no congelador por 24 horas antes de lavar (para combater os ácaros)

.Manter os ambientes bem ventilados e secos

 

Já o tratamento da tosse alérgica infantil é composto de:

.Medicamentos

.Controle dos ambientes da casa

.Imunoterapia (em alguns casos)

“A imunoterapia subcutânea ou sublingual é segura e eficaz em crianças com sintomas persistentes ligados a alérgenos específicos. Consiste na aplicação de injeções com doses crescentes do alérgeno para ‘dessensibilizar’ o sistema imunológico. A imunoterapia subcutânea deve ser feita em ambiente controlado pelo risco de reações alérgicas graves. Na imunoterapia sublingual, gotas ou comprimidos com os alérgenos são dissolvidos sob a língua, em doses controladas. Pode ser feita em casa, mas com supervisão médica. Ambos são tratamentos prolongados (3 a 5 anos), mas eficazes para reduzir sintomas alérgicos’’, orienta o pneumologista.

 

O médico reforça a importância da avaliação de um pediatra ou pneumologista.

“Quando a tosse persiste por mais de 4 semanas, já é considerada crônica e precisa de investigação médica. Em bebês, qualquer persistência deve ser avaliada com mais rigor. Quando houver dúvida, é melhor consultar o pediatra. Muitos pais hesitam em buscar ajuda, mas é preferível errar por excesso do que por omissão”, conclui o dr. Cláudio D’Elia.

 

Contamos com a colaboração da DATZ Comunicação e do médico: Dr.Cláudio D’Elia/Pneumologista

 

Confira também:

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