Mais de 2 anos depois do início da pandemia da Covid-19, ainda existem muitas dúvidas sobre esta doença que contaminou mais de 30 milhões de pessoas só no Brasil,deixando um total de 665 mil mortos por aqui. Mas mesmo aqueles que tiveram a doença e sobreviveram, ainda se deparam com certas incertezas em relação à possíveis sequelas e sintomas, como fadiga ou falta de concentração.
Mas não é só isso. Médicos,cientistas e pesquisadores vem se deparando com outra situação intrigante: será que esta doença que se espalhou pelo planeta nos últimos anos, também estaria provocando o aumento de casos de uma doença tão conhecida da medicina e tão comum entre as pessoas no mundo moderno, o diabetes?
Diabetes é um termo que caracteriza no geral o tipo de enfermidade que envolve um quadro de aumento de açúcar(glicose) no sangue. Ela pode ocorrer devido a falhas na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas e tem como principal função promover a entrada de glicose para as células do organismo, de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta, portanto, em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.
O diabetes,quando descontrolado, pode acarretar graves consequências para a visão, rins, coração, nervos e membros inferiores, além de provocar desidratação, dificuldade de cicatrização e complicações respiratórias.
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Uma pesquisa divulgada no conceituado periódico científico The Lancet ((https://www.thelancet.com/journals/landia/article/PIIS2213-8587(22)00044-4/fulltext)) aponta que pacientes que se recuperaram da Covid-19 teriam apresentado um risco maior de desenvolverem o diabetes.
O estudo foi feito com 181.280 pessoas que tiveram Covid-19 e os resultados indicam que aqueles que sobreviveram após pelo menos 30 dias de infecção,apresentaram maior risco de apresentarem quadros de diabetes e da necessidade de utilização de medicamentos anti-hiperglicêmicos
Segundo o estudo,os grupos com maior predisposição ao desenvolvimento do diabetes pós-Covid foram:
.Pessoas acima de 65 anos
.Negros
.Cardiopatas
.Hipertensos
.Pessoas com colesterol e triglicérides altos
.Pré-diabéticos
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O estudo indica que o risco de desenvolver a resistência à insulina foi tanto para quem teve quadros mais graves e chegou a ser entubado, quanto para quem teve sintomas mais brandos,como explica a médica nutróloga, Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
‘’O maior risco para diabetes foi evidente mesmo em pessoas que tiveram Covid-19 leve ou assintomática, assim como nos que tiveram casos moderados e graves, mesmo em pessoas que não tinham fatores de risco para diabetes’’.
E quem já tem o diabetes?Pode ter um agravamento da doença, ao contrair Covid?
‘’ Este não foi o foco deste estudo, porém ele sugere que alguns indivíduos poderiam ter quadros mais iniciais da doença e tiveram agravamento dos sintomas, que possibilitou o diagnóstico’’,acrescenta a dra. Marcella.
Mas a médica nutróloga explica que,apesar do estudo,os mecanismos que sustentam a associação entre Covid-19 e risco de diabetes não estão totalmente claros ainda:
“Vários tipos de células pancreáticas expressam três proteínas (proteína receptora da enzima conversora de angiotensina 2, proteína da enzima TMPRSS2 e neuropilina 1) das quais o SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, depende para sua entrada nas células humanas. Evidências sugerem que o SARS-CoV-2 pode infectar e se replicar em células beta pancreáticas produtoras de insulina, resultando em produção e secreção prejudicadas de insulina. No entanto, ilhotas pancreáticas humanas infectadas in vitro com SARS-CoV-2 exibem perturbações celulares modestas e respostas inflamatórias amplamente não citopáticas(sem alterações nas células), sugerindo que a infecção direta das células pancreáticas é por si só, improvável de explicar completamente o novo início do diabetes em pessoas com Covid-19. Outras explicações potenciais incluem disfunção autonômica, resposta imune hiperativada ou autoimunidade e inflamação persistente de baixo grau que leva à resistência à insulina”.
Mas a dra. Marcella Garcez alerta que mesmo não havendo confirmação plena,o estudo recomenda alguns novos cuidados para os pacientes após a Covid:
“Os cuidados pós-agudos com Covid-19 devem envolver a identificação e o manejo do diabetes, com melhora do padrão alimentar, prática frequente de atividade física, além de evitar vícios como álcool e tabagismo, além de acompanhamento médico e exames de sangue para fazer a triagem e gerenciamento da doença assim que ela for identificada”.
Dentre estas a mudanças nos hábitos de vida, a médica acrescenta ainda:
.Balancear a dieta,consumindo mais fibras,proteínas e gorduras saudáveis
.Ingerir mais vitaminas e minerais
.Praticar atividade física que melhora a resposta da insulina no organismo
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e da médica:
Dra.Marcella Garcez/Nutróloga
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