Exercícios físicos são uma arma poderosa contra as doenças metabólicas
Ainda hoje muita gente ainda corre para as academias pensando muito mais em ganhos estéticos. Bom, o fato é que independente da motivação,o exercício físico contribui não só para gerar mais harmonia corporal,mas também traz enormes benefícios para a saúde.
Diversos estudos científicos têm comprovado a função preventiva da atividade física contra várias doenças e degenerações causadas principalmente pelo processo natural de envelhecimento e que afeta o metabolismo.
O metabolismo é o conjunto de reações químicas e processos mecânicos responsáveis pelo funcionamento do organismo. As doenças metabólicas estão relacionadas à inadequação dessas reações e processos, causadas por excesso ou deficiência de determinadas substâncias no corpo ou alterações no funcionamento de alguns órgãos.
Elas podem ter diversas causas e entre as principais estão os fatores que determinam o estilo de vida, principalmente os hábitos alimentares, além do sedentarismo, maus hábitos de sono, alcoolismo, tabagismo, envelhecimento, exposição à toxinas e fatores genéticos. E uma rotina adequada de atividade física ajuda a enfrentar este problema.
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Entre as principais doenças metabólicas estão:
.Obesidade
.Diabetes
.Colesterol e triglicérides altos
.Hipertensão
.Cardiopatias
.Gordura no fígado
.Baixa imunidade
Existe uma situação chamada de ‘’síndrome metabólica’’ e que sempre gera muita preocupação. Quem nos explica o que é esta síndrome é a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e integrante da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento.
‘’A síndrome metabólica é uma doença crônica, portanto não tem cura, estabelecida por meio de características genéticas de caráter plurimetabólico, representada por um conjunto de fatores de riscos cardiovasculares, incluindo dislipidemia aterogênica, anormal tolerância a glicose, hipertensão, associadas à obesidade visceral.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a definição de síndrome metabólica inclui qualquer um que tenha diabetes ou resistência à insulina e duas das seguintes características: elevada razão cintura/quadril, concentrações elevadas de triglicerídes ou baixa concentração de colesterol HDL, pressão alta e alta excreção urinária de albumina’’.
Para fugir destas doenças que atacam o metabolismo, é fundamental mexer com o corpo!
Como explica a dra. Marcella Garcez:
“Diversos estudos recentes destacam que o papel do exercício físico vai muito além da estética, sendo uma importante atividade para um envelhecimento saudável. Ele é capaz de prevenir o desenvolvimento de doenças hepáticas, proteger o metabolismo das consequências do envelhecimento, beneficiar o cérebro e a saúde mental, ajudar a tratar a ansiedade crônica e promover alterações epigenéticas no nosso DNA, diminuindo assim o risco de doenças”.
A cirurgiã vascular Aline Lamaita, da diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), complementa:
“A prática de exercícios físicos aumenta o fluxo da circulação do sangue e melhora o retorno venoso com a finalidade de levar oxigênio às células dos músculos e tecidos próximos. Assim como o sangue chega nos membros inferiores, ele precisa retornar ao coração para ser bombeado novamente. O exercício físico estimula esse processo além de contribuir para a queima de gordura. Dessa forma, o exercício ajuda a desenvolver os músculos e também fortalecer o sistema imunológico”.
Músculos,ossos,tendões e articulações também são beneficiados pelos exercícios físicos.
“Tanto o osso quanto o tecido muscular participam do equilíbrio imunológico, principalmente no caso do músculo, em que temos a formação de citocinas anti-inflamatórias, que estão relacionadas ao bom equilíbrio do nosso organismo”, diz Luisa Wolpe Simas, nutricionista e consultora de nutrição.
E qual tipo de atividade física daria melhores resultados: os exercícios aeróbicos ou anaeróbicos?
‘’Os treinos orientados que combinam atividades de força resistida e aeróbicos, oferecem melhores e mais sustentados resultados’’,afirma a dra.Marcella.
E complementa:
‘’A intensidade de uma atividade física é medida pela unidade de equivalente metabólico, ou a quantidade de gasto energético, que é produzido por quilo de peso por minuto.
Atividades moderadas, como uma caminhada leve de deslocamento, passear de bicicleta ou atividades domésticas, que envolvem gasto energético, variam de 3 a 6 unidades de equivalente metabólico. Já natação, dança, pedalar em velocidade alta, correr, futebol, handebol e boxe são atividades que correspondem a mais de 7 unidades de equivalente metabólico, portanto intensas’’.
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Levar uma vida com um estilo mais saudável, unindo alimentação balanceada,boas noites de sono reparador e exercício físico intenso e com regularidade,ainda é ‘’o melhor remédio’’.
“Recentemente foi identificado um hormônio chamado irisina que é produzido nos músculos quando em atividade física. Um músculo que está trabalhando e aumentando seu volume e potência produz irisina, que estimula a produção de tecido adiposo marrom. O tecido adiposo marrom é assim chamado por conter muitas mitocôndrias (o pulmão das células e responsáveis por produzir energia) em seu interior que são responsáveis pela produção de energia (ATP). A função desse tecido é justamente produzir energia de forma rápida e gerar calor para controle da temperatura. Ou seja, ele atua em contrapartida ao tecido adiposo branco, que armazena energia. O marrom gasta’’, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e médica atuante da Medicina do Estilo de Vida.
E acrescenta:
‘’O músculo que se exercita, gasta energia e produz hormônios, chamados miocinas, que ativam todo o organismo a colaborar com essa atividade maior. Tudo isso contribui para a diminuição da resistência à insulina e facilita a saída de gordura de dentro dos adipócitos brancos.Qualquer atividade muscular desencadeia este processo’’.
A alimentação também é parte fundamental na construção e manutenção da massa magra,como explica a médica nutróloga Marcella Garcez:
“A dieta certamente está entre os fatores mais importantes, ao lado do treino e repouso, para o ganho de massa muscular. Nos estudos científicos não há uma equação única para a hipertrofia muscular da população em geral, porém há o consenso que um plano alimentar, bem calculado, é imprescindível para a obtenção de resultados. Também é de conhecimento geral que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, bebidas alcoólicas, alimentos ricos em gordura e açúcares, podem impactar negativamente, além da saúde, o desenvolvimento muscular’’.
Ela indica alimentos que não devem faltar na dieta:
.Legumes
.Verduras
.Tubérculos( mandioca e batata doce)
.Cereais integrais(aveia, arroz integral e trigo integral)
.Frutas vermelhas e cítricas
.Alimentos ricos em ômega 3: peixes de água fria(atum,salmão,sardinha,truta), nozes, chia, linhaça e algas
E para a nutricionista Luisa Wolpe Simas,a dieta alimentar deve ser prescrita de acordo com o tipo de exercício que a pessoa pratica:
‘’Pois assim conseguimos potencializar a perda de peso ou ganho de músculo com uma dieta adequada, mobilizando as reservas’’.
Já a médica nutróloga Marcella Garcez alerta para que não seja esquecido um componente fundamental: o sono!
‘’Uma pessoa adulta deve dormir entre 7 a 9 horas ao dia, segundo a Associação Brasileira do Sono. Para recuperar a musculatura após os danos causados, durante a prática de exercícios, é necessário esse tempo de sono noturno’’.
Mas e aquelas pessoas que trabalham durante à noite ou madrugada,ou que tem insônia e só conseguem dormir durante o dia?Podem sofrer alterações metabólicas?
‘’Se isso for uma rotina diária, o corpo é capaz de se adaptar. Porém se as horas de sono forem muito irregulares é possível que sejam um fator de risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas’’,conclui a médica.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e das profissionais de saúde:
Dra.Marcella Garcez/Nutróloga
Dra.Aline Lamaita/Cirurgiã Vascular
Dra. Beatriz Lassance/Cirurgiã Plástica
Luisa Wolpe Simas/Nutricionista
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