Vida e Saúde

Gripe, resfriado e Covid-19: quais as diferenças?

Descubra a diferença entre gripe, resfriado e covid-19 e saiba como reconhecer os sintomas de cada uma.

O Brasil vive uma nova escalada da  pandemia da Covid-19 com a variante ômicron batendo recordes de contaminação a cada dia. E, para agravar a situação, o país também enfrenta um surto de gripe com o vírus influenza  H3N2, que anda fazendo estragos entre a população. Além disso, ainda temos os casos de resfriado comum afetando boa parte das pessoas. Logo, surgem as dúvidas: qual a diferença entre gripe e resfriado? Qual a diferença entre gripe e covid?

Para entender melhor as particularidades de cada uma dessas doenças, seus sintomas e as  formas de prevenção, continue lendo este artigo!

 Diferença entre gripe e resfriado

Conversamos com um especialista, o médico Alexandre Naime Barbosa, Chefe do Departamento de Infectologia da UNESP e consultor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia(SBI) e da Associação Médica Brasileira (AMB), e trouxemos aqui formas eficientes e práticas de entender de uma vez por todas a diferença entre gripe e resfriado, veja a seguir. 

O que é resfriado?
Resfriado é uma infecção de vias aéreas superiores, causada por mais de 100 tipos de vírus (principalmente Rinovírus e Adenovírus). Esse tipo de infecção respiratória geralmente é leve, autolimitada e de evolução benigna, durando entre 7 a 10 dias em média.

O que é gripe?
Gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus Influenza, que geralmente acomete as vias aéreas superiores, mas em alguns casos mais graves pode se estender para uma pneumonia viral. A gripe pode variar desde quadros clínicos mais leves, como um resfriado, mas comumente é caracterizada por sintomas mais intensos, que duram entre 7 a 14 dias.

Como diferenciar gripe de resfriado?
Do ponto de vista clínico, principalmente em quadros leves semelhantes ao resfriado, é impossível diferenciar infecções causadas por Rinovírus, Adenovírus, Influenza, Coronavírus e outros vírus respiratórios, sendo necessário testes laboratoriais para poder se estabelecer o diagnóstico etiológico.

Quadros clínicos mais graves, em que o paciente tenha evoluído para pneumonia viral com necessidade de suporte de oxigênio, os vírus mais envolvidos são o Influenza ou o SARS-COV-2, causador da Covid.

Quais os sintomas da gripe e do resfriado?
O resfriado comum é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas causada por uma infecção viral, geralmente cursando com congestão e corrimento nasal, espirros, dor de garganta e mal-estar leve, e, quando presente, a febre é baixa. Já a gripe tem mais comumente sintomas bem intensos, de início abrupto, com importante adinamia e prostração, febre alta, além de dor muscular, na cabeça e de garganta, além de tosse frequente, sendo muitas vezes descrito como um resfriado mais forte.

Bom, agora que já esclarecemos as diferenças e especificidades entre cada uma das doenças, trouxemos abaixo as principais dúvidas sobre o assunto respondidas pelo Dr. Alexandre Naime Barbosa, confira:

Quais as precauções para não ser contaminado pelo vírus influenza? Uma das formas mais efetivas e simples de evitar quadros graves de Influenza é receber a vacina anualmente, medida que mitiga a intensidade e gravidade da doença, principalmente entre as populações mais vulneráveis, como crianças e idosos.

As medidas não farmacológicas como uso de máscaras em ambientes que tenham aglomeração de pessoas e higiene frequente das mãos auxiliam em evitar a transmissão.

 

Quais os principais  perigos do vírus influenza? O principal risco da infecção pelo vírus Influenza é a evolução para formas graves, principalmente a pneumonia viral, situação a qual a absorção de oxigênio pelo pulmão fica comprometida, e a insuficiência respiratória pode levar até mesmo ao óbito.Outras formas graves incluem encefalite, miocardite e mioglobinúria, algumas vezes com insuficiência renal, quadros graves com elevada mortalidade.

 

Os idosos são o grupo mais vulnerável ao vírus da gripe? Os principais grupos mais vulneráveis à complicações pelo vírus Influenza são: crianças com menos de 5 anos (sendo que menores de 2 anos têm risco mais alto); idosos  acima de  65 anos; portadores de comorbidades de qualquer idade: doença cardiopulmonar, diabetes mellitus, insuficiência renal ou hepática, hemoglobinopatias, imunodeficiência primária ou adquirida (aids); gestantes,  principalmente no 2º ou 3º trimestre de gravidez; indivíduos com disfunção cognitiva e distúrbios neuromusculares que tenham facilidade de acúmulo de secreção respiratória

 

Todas as pessoas deveriam se vacinar contra a gripe? Com qual periodicidade? Idealmente a vacina contra Influenza é indicada anualmente para todas as pessoas a partir de seis meses de vida, pois diminuem em 70 a 90% as infecções clinicamente detectadas principalmente em adultos saudáveis. Nos pacientes idosos, a proteção contra complicações como pneumonia viral e morte gira em torno de 60% a 80%.

No SUS a vacina contra Influenza está disponível apenas para os grupos mais vulneráveis ou mais expostos ao risco de transmissão, como crianças entre seis meses e seis anos, idosos com mais de 60 anos, gestantes e puérperas (mulheres no período de até dias 45 após o parto), povos indígenas e trabalhadores da saúde e da educação,  integrantes das forças de segurança e salvamento, pessoas com comorbidades, condições clínicas especiais ou com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário, trabalhadores portuários, funcionários do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas.

 

A alimentação é importante para prevenir gripes e resfriados? A alimentação balanceada que contenha todos os nutrientes e vitaminas necessárias para o metabolismo humano é essencial para o bom funcionamento do sistema imune, o que é uma das principais armas para prevenir gripes e resfriados.

Veja mais sobre esse assunto em: https://marcioatalla.com.br/dicas/anti-gripe/

E a qualidade do sono influencia na imunidade contra gripes e resfriados? A privação do sono é uma das situações mais ligadas à disfunção do sistema imune, portanto é fundamental garantir uma boa noite de sono, tanto em termos qualitativos quanto quantitativos

Agora, qual a diferença entre gripe e Covid-19?

Nos pacientes com sintomas leves compatíveis com a síndrome que conhecemos como resfriado comum é impossível somente com a análise de sintomas diferenciar entre infecções causadas por Rinovírus, Adenovírus, Influenza ou mesmo quadros brandos de Covid.

A gripe, propriamente dita, (infecção causada pelo vírus Influenza) geralmente exibe sintomas bem intensos, de início abrupto, com importante adinamia e prostração, febre alta, além de dor muscular, na cabeça e de garganta, além de tosse frequente, sendo muitas vezes descrito como um resfriado mais forte.

Já a forma leve da Covid leve, que compreende entre 90 a 95% dos casos, pode mimetizar clinicamente tanto um resfriado como uma gripe, sendo imprescindível portanto a testagem laboratorial para que seja identificado o agente causador da infecção. Principalmente em indivíduos não vacinados, ou com vacinação incompleta para Covid a chance de progressão para Covid grave é alta, entre 10 a 15%, sendo necessário nesses casos internação hospitalar e/ou um unidade de terapia intensiva, e muitas vezes evolução para óbito se verifica nessa população.

Seguindo a mesma lógica, questionamos o Dr. Alexandre Naime Barbosa sobre as principais dúvidas quando assunto é gripe e covid-19. As respostas você encontra a seguir:

Existe alguma precaução ao tomar vacina contra a Covid e a da gripe? Ou as duas podem ser tomadas juntas? As vacinas contra Covid e Gripe podem ser tomadas juntas, sem risco de interação medicamentosa.

Como identificar a chamada ‘’flurona’’ a infecção simultânea pelos vírus da gripe e da Covid? A única forma de identificar a coinfecção (infecção simultânea) entre Influenza e Covid é realizar os testes laboratoriais específicos para cada doença, já que os sintomas são completamente similares, mesmo na situação de “flurona”.

A flurona oferece risco maior ao infectado? A coinfecção entre Influenza e Covid não é necessariamente mais grave em pessoas completamente vacinadas para ambas as doenças, mas especialmente aqueles não vacinados, ou parcialmente vacinados para Covid correm risco maior de doença grave, hospitalização e óbito.

 

Contamos com a colaboração da Agência Ketchum e do médico Dr.Alexandre Naime Barbosa/Infectologista

 

Gostou dessa matéria?Então veja também:

MANTENHA A GRIPE A DISTÂNCIA  – https://marcioatalla.com.br/dicas/mantenha-a-gripe-a-distancia/

QUEM DEFINE QUANDO E COMO ACABA UMA PANDEMIA? – https://marcioatalla.com.br/vida-e-saude/quem-define-quando-e-como-acaba-uma-pandemia/

MITOS E VERDADES SOBRE AS VITAMINAS E  IMUNIDADE – https://marcioatalla.com.br/nutricao/mitos-e-verdades-sobre-as-vitaminas-e-imunidade/

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