Estudo alemão mostra como a prática de exercício físico pode eliminar a gordura no físico. Confira tudo sobre essa pesquisa no site do Marcio Atalla.
Quando o fígado se torna um depósito de gordura, o funcionamento de todo o corpo torna-se comprometido. A gordura no fígado pode desencadear uma série de disfunções, dentre elas a cirrose e até mesmo câncer no fígado.
Em todo o mundo, uma em cada quatro pessoas sofre de doença hepática não alcoólica (também chamada de doença hepática metabólica ou esteatose hepática). “As pessoas afetadas geralmente têm diabetes tipo 2, bem como um risco aumentado de cirrose hepática e doenças cardiovasculares. Além disso, a doença hepática metabólica está associada ao aumento da mortalidade. Um desequilíbrio entre a ingestão e o consumo de energia é discutido como a causa da doença. Isso leva a depósitos de gordura no fígado e, com o tempo, prejudica a função das mitocôndrias- ambos fatores de risco para o desenvolvimento de resistência à insulina e inflamação do fígado”, destaca a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez.
Adotar estratégias e desenvolver hábitos para prevenir e até mesmo combater essa condição é essencial para quem busca uma vida livre de doenças no fígado. Para saber mais como eliminar a gordura no fígado, continue a leitura.
Exercício físico: o inimigo da gordura no fígado
Imediatamente após um exercício físico, o organismo responde com a produção maior de serotonina e endorfina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar; alguns meses depois, os resultados começam a aparecer no corpo, com ganho de massa muscular e emagrecimento. Mas, um estudo alemão recente, publicado no final de dezembro na revista Molecular Metabolism, destaca que os benefícios do exercício físico vão além dessas funções: ele também pode prevenir o acúmulo de gordura no fígado e doenças hepáticas.
“O trabalho mostra quais adaptações moleculares, em particular das mitocôndrias hepáticas, podem ser observadas neste processo. As mitocôndrias são consideradas o pulmão das células. A sua tarefa é disponibilizar energia para a célula, o que ocorre por meio da respiração celular. Este é um processo metabólico no qual a energia é obtida a partir da glicose e outras substâncias orgânicas, por reações químicas, que resultam em trifosfato de adenosina, ou ATP. Esta é a molécula de energia mais importante do corpo. As mitocôndrias são, portanto, também consideradas as usinas de energia da célula. O estudo demonstrou que o estímulo das mitocôndrias isoladas do fígado, que ocorre por meio dos exercícios físicos, é especialmente benéfico para reduzir o armazenamento de gordura no órgão, o que diminui os riscos de doenças hepáticas”, explica a Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Para prevenir e tratar uma doença no fígado, a mudança no estilo de vida com aumento da prática de atividades físicas é recomendada.
Os cientistas do estudo investigaram até que ponto o exercício regular altera a adaptação do fígado ao aumento da ingestão de energia e qual o papel do músculo esquelético neste processo. No estudo, os ratos foram alimentados com uma dieta rica em energia. Alguns dos ratos também receberam treinamento regular em esteira. Após a interveção de seis semanas, os pesquisadores examinaram o fígado e os músculos dos animais em busca de alterações em seus organismos, principalmente com relação à composição de gordura e a função mitocondrial.
Os resultados mostraram que o treinamento físico regulou importantes enzimas de degradação de glicose e frutose no fígado, bem como melhorou o metabolismo mitocondrial. Desta forma, a carga de substrato para a respiração mitocondrial e a síntese de lipídios pode ser reduzida. Como consequência, menos gordura é armazenada no fígado – e lipídios específicos são reduzidos”, explica a médica nutróloga.
Além disso, o controle da glicose melhorou nos ratos treinados com exercícios. Os pesquisadores também observaram, nos ratos, um aumento da capacidade respiratória dos músculos esqueléticos, o que alivia o estresse metabólico no fígado. “Os dados da biologia do sistema oferecem uma visão abrangente da adaptação molecular do fígado e dos músculos a uma dieta de alta energia, treinamento e efeitos combinatórios. Os resultados também mostram que a atividade física realizada com frequência regular muitos alvos ao mesmo tempo, um efeito que não pode ser alcançado com medicamentos”, explica.
Por fim, a médica ressalta que o melhor meio de prevenir e eliminar a gordura no fígado é por meio de uma readequação no estilo de vida, o que inclui, além do exercício físico, um bom plano alimentar e descanso.
“O consumo de uma dieta diversificada e equilibrada, com folhas, frutas e vegetais, carboidratos fibrosos, proteínas magras e gorduras de boa qualidade, associados ao exercício físico e ao tratamento prescrito pelo médico, promoverá um melhor controle e metabolismo das gorduras no fígado”, finaliza Dra. Marcella.
Contamos com a colaboração da médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
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