Nutrição

Farelos de aveia e de centeio reduzem ganho de peso e inflamação no fígado, diz estudo europeu

Estudo recente da Universidade da Finlândia afirma que o consumo de fibra alimentar de farelo de aveia e centeio apoiou o crescimento da microbiota intestinal benéfica, que por sua vez melhorou o metabolismo do colesterol, aumentou a função da barreira intestinal e reduziu a inflamação hepática.

Se há um alimento que deve fazer parte da dieta para redução do peso, melhora do metabolismo do corpo e combate à inflamação hepática, ele se chama aveia.

 

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“E não só isso. A aveia também é fonte de triptopano, aminoácido precursor da serotonina e da melatonina, que desempenham importantes papéis no sistema nervoso, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, a temperatura corporal, o apetite, o humor, a atividade motora e as funções cognitivas. Além disso, ela é fonte de carboidratos que dão energia ao organismo e fibras solúveis que são substrato para o equilíbrio da microbiota intestinal, que está intimamente ligada às respostas do sistema imunológico”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Um estudo recente da Universidade da Finlândia Oriental descobriu que o farelo de aveia e de centeio reduzem o ganho de peso e a inflamação do fígado, por apoiar a microbiota intestinal benéfica e reduzir o metabolismo do colesterol.

De acordo com o estudo, os efeitos da aveia e do centeio foram parcialmente diferentes, mas ambos foram benéficos para a saúde. “Os benefícios para a saúde da aveia, do centeio e de outros produtos integrais têm sido amplamente estudados, e seu uso tem sido associado à diminuição da inflamação e à melhoria do metabolismo da glicose, lipídios e tecido adiposo em pesquisas experimentais em humanos e animais”, afirma a médica. Além disso, eles têm sido associados a uma diminuição do risco de obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. “Sabe-se também que diferentes fibras alimentares têm diferentes efeitos na saúde”, diz.

De acordo com a médica, as fibras alimentares induzem alterações na função da microbiota intestinal e, portanto, modulam o ambiente intestinal de maneira benéfica. “Como essa modulação está associada a vias metabólicas é, no entanto, incerto”, diz a nutróloga.

O estudo foi um experimento animal durante o qual os ratos foram alimentados com uma dieta ocidental rica em gordura por 17 semanas. Dois grupos foram alimentados com a mesma dieta enriquecida com 10% de farelo de aveia ou centeio. Entre os vários metabólitos (produto do metabolismo) microbianos intestinais, este estudo concentrou-se naqueles especialmente relevantes para o desenvolvimento de doença hepática gordurosa, frequentemente associada à obesidade. “Os resultados sugerem que os dois farelos têm a capacidade de criar um ambiente favorável no intestino, apoiando o crescimento de micro-organismos benéficos. A abundância dos gêneros Lactobacillus aumentou no grupo aveia. Os gêneros Bifidobacterium aumentaram no grupo centeio. Por meio dessas alterações na microbiota, a aveia modificou a função do receptor relacionado ao ácido biliar, produzidos pelo fígado, o que levou a um melhor metabolismo do colesterol”, diz a médica.

Ambas as fibras de centeio aumentaram a produção de ácidos graxos de cadeia curta, levando à integridade intestinal aprimorada, redução da inflamação hepática e desvio do metabolismo do triptofano para uma via mais benéfica. “Além disso, o consumo de farelos de aveia e de centeio demonstrou atenuar o ganho de peso associado a uma dieta rica em gordura”, explica a médica.

Apesar do experimento ser feito em animais e precisar ainda ter maior comprovação de eficácia com mais testes, o resultado é animador, uma vez que muitos estudos já destacam o poder dos farelos integrais na melhora do organismo como um todo, principalmente por conta do poder das fibras. “Mas é muito importante consultar sempre um médico nutrólogo para tratar essas síndromes metabólicas e incluir alimentos na dieta de maneira adequada”, finaliza a Dra. Marcella Garcez.

FONTE: DRA. MARCELLA GARCEZ

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