No verão, um dos principais riscos está associado à hidratação.
Quando a pessoa tem uma desidratação acima de 2% do volume de líquidos do corpo, o sistema cardiovascular já começa a sofrer uma sobrecarga, com aumento do número de batimentos cardíacos e estresse sobre o coração.
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Quando a desidratação atinge 6%, que é uma perda substancial de líquidos, o estresse sobre o sistema cardíaco é ainda maior. Em pessoas que têm problemas cardíacos, como história de infarto e obstrução na artéria coronária, isso pode ser um risco maior de complicações cardíacas.
O calor é um elemento vasodilatador e todas as veias no verão se dilatam. Com isso, há um aumento do sangue venoso, uma diminuição do retorno e um acúmulo de líquido nas extremidades. Segundo o cardiologista e clínico geral do HCor, Dr. Abrão Cury, as pessoas têm que evitar a prática de atividades físicas ao ar livre, expostas ao sol, no período das 10h às 15h, que são os horários de pico de incidência de raios ultravioleta e de maior calor. É importante se hidratar antes, durante e após as atividades físicas, preferencialmente com água.
De acordo com o cardiologista do HCor, quando a atividade física se prolonga por mais de uma hora e ocorre perda substancial de líquido, a recomendação é que a pessoa faça reposição de água e, também, dos sais minerais perdidos. “Suco de laranja e de abacaxi, água de coco, além das bebidas isotônicas, que têm mistura de sais minerais e carboidratos, são algumas opções para a reposição dos sais minerais”, esclarece Dr. Abrão Cury.
Dr. Abrão destaca, contudo, que as bebidas isotônicas não substituem a hidratação convencional. Ele adverte que, devido à presença de carboidratos, elas podem causar aumento de peso, quando a pessoa ingere em excesso, sem realizar exercícios físicos. Os isotônicos, acrescenta o especialista, são indicados para situações específicas, quando ocorre perda substancial de água e de sais minerais. O principal isotônico conhecido pela população é o soro caseiro, que resulta da mistura de água e sal.
Cuidado com a ingestão de bebidas alcóolicas: durante o verão, é muito comum que as pessoas consumam bebidas alcoólicas e alimentos ricos em gorduras e sal. A combinação clássica de cerveja e petisco frito pode levar ao aumento da pressão arterial e complicações aos hipertensos. Os alimentos ricos em sal como embutidos, enlatados, salgadinhos, temperos prontos, entre outros devem ser evitados ao máximo. “Se além da bebida alcoólica e dos alimentos salgados, o hipertenso fizer exercícios sem aconselhamento adequado, as férias podem ser encurtadas de uma forma desagradável”, esclarece o cardiologista e especialista em hipertensão do HCor, Dr. Celso Amodeo.
Fique atento à desidratação: os sintomas da desidratação são, geralmente, sede exagerada, boca seca, pouco suor, ou até mesmo, dor de cabeça, sonolência, tonturas, cansaço e palpitações. Para não ter sustos, o ideal é manter a hidratação em dia, consumindo muita água, seja na forma de sucos de frutas, água de coco ou ingerindo frutas inteiras e saladas de verduras e legumes.
“A hidratação ideal para qualquer pessoa é com água mineral e água de coco. A recomendação nos dias quentes é aumentar a quantidade de líquido ingerida, especialmente no caso das crianças e idosos. Outra dica é respeitar o organismo. “A sede é um alarme de que o corpo está em desequilíbrio. Ela quer dizer que é preciso hidratá-lo”, alerta Dr. Celso Amodeo.
Os diuréticos, comumente utilizados para o tratamento da hipertensão, aumentam a eliminação de água e minerais pela urina, o que torna mais fácil a ocorrência da desidratação. “Na desidratação, o sangue torna-se “mais espesso” por estar mais concentrado aumentando o risco de formação de coágulos. Isso dificulta sua passagem por meio dos vasos sanguíneos e pode levar a doenças mais sérias, como o derrame cerebral”, finaliza o especialista em hipertensão do HCor.
Por: Rita Nogueira – rita@targetsp.com.br
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