Quem foi diagnosticado com algum tipo de câncer enfrenta muitos desafios, sejam físicos, mentais e emocionais.
Isso faz com que a depressão afete muita gente com câncer e uma tendência muito comum é a pessoa perder o ânimo para a prática de algum tipo de atividade física.
Mas você sabia que a musculação pode ajudar a enfrentar e até aumentar as chances de vida de quem está com câncer?
Quer saber mais? Então não deixe de ler esta reportagem até o final.
Os benefícios dos exercícios de força para a saúde já são bem conhecidos e documentados pela ciência, inclusive com pesquisas mostrando que a musculação pode ser uma grande aliada contra o câncer.
‘’Acumular massa muscular ao longo da vida pode ser um fator decisivo para sobreviver ao câncer. Os exercícios de força têm ganhado destaque na literatura científica como aliados poderosos na luta contra a doença’’, afirma o oncologista Ramon Andrade de Mello, médico do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil (São Paulo) e Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).
E acrescenta o especialista:
‘’Isso acontece basicamente porque construir músculos é essencial para combater dois vilões comuns em pacientes oncológicos: a sarcopenia e a desnutrição”.
Ter músculos fortes e saudáveis está, portanto, longe de ser apenas uma questão estética. É um verdadeiro investimento na saúde.
‘’ A construção muscular é, na verdade, um investimento em longevidade e resiliência frente a doenças graves, como o câncer. E, ao contrário do que muitos pensam, não é preciso ser fisiculturista: o importante é manter uma boa proporção de massa muscular, de preferência associada a uma composição corporal saudável e a hábitos alimentares equilibrados’’, diz o dr. Ramon.
E prossegue o oncologista:
‘’Quem entra em um tratamento oncológico com mais músculo, entra com mais reserva funcional e metabólica. Isso pode fazer toda a diferença entre tolerar ou não uma quimioterapia, por exemplo. O ‘shape’ pode até ser um bônus, mas a verdadeira força da musculação está em proteger a vida”.
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Uma condição que costuma atingir muito os pacientes com câncer é a sarcopenia, que gera:
.Perda progressiva de massa muscular
.Perda de força muscular
Vários estudos((https://www.ejcancer.com/article/S0959-8049(16)00007-1/abstract)) apontam que a sarcopenia está associada a um aumento de até 44% no risco de morte de pacientes com algum tipo de tumor.
‘’A sarcopenia é um fenômeno associado ao envelhecimento, mas que também ocorre em pacientes com câncer, especialmente durante o tratamento. A quimioterapia, a radioterapia e até a inflamação sistêmica provocada pelo tumor favorecem o catabolismo, ou seja, a degradação muscular. Quando combinada à perda de peso involuntária e à baixa ingestão calórica, essa condição leva à caquexia, um estado grave de desnutrição que está associado a pior prognóstico e maior risco de morte”, aponta o médico.
Mas pacientes com mais massa muscular apresentam melhor resposta aos tratamentos, sendo menos afetados por efeitos colaterais, menos internações e aumentado a expectativa do tempo de vida. E algumas pesquisas científicas ((https://ieonline.microsoft.com/#ieslice)) mostram ainda que o ganho de massa magra pode reduzir em até 48% a mortalidade em casos de câncer de mama, com a musculatura ajudando a:
.Regular o metabolismo
.Normalizar a glicemia
.Aumentar a imunidade
“A musculatura funciona como um verdadeiro ‘colchão metabólico’, o que é crucial durante o enfrentamento de um câncer. E vale lembrar que as pessoas costumam acreditar que o tecido muscular serve apenas para locomoção. Mas na verdade, ele é um órgão endócrino ativo, capaz de secretar mioquinas, substâncias que modulam processos inflamatórios, o sistema imune e o metabolismo. Algumas dessas mioquinas têm efeito antitumoral e ajudam a reduzir a inflamação crônica, condição que favorece o surgimento e a progressão do câncer”, esclarece o dr. Ramon Andrade Mello.
Mas o médico dá um recado importante:
‘’O estímulo ao ganho de força e massa muscular deve começar ainda na juventude, como estratégia de prevenção oncológica indireta’’.
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Existe muita falta de informação sobre se pacientes que já estão diagnosticados com câncer, podem realizar algum tipo de prática de atividade física. Mas vários indicadores de entidades internacionais, como a American College of Sports Medicine (ACSM),a European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN), além de um estudo publicado no New England Journal of Medicine ((https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2502760)) demonstram que exercícios físicos, com destaque para a musculação, não só podem, como devem fazer parte da rotina de tratamento de pessoas com câncer.
‘’Os dados mostram que a atividade física deve ser tratada como parte fundamental do tratamento. O programa de exercícios evitou que 1 em cada 16 pacientes desenvolvesse câncer recorrente ou novo. Além disso, o estudo mostrou uma taxa de sobrevida livre de doença em cinco anos de 80% para o grupo com um consultor de exercícios’’, comenta o oncologista.
As pesquisas revelam também que a musculação traz benefícios como:
.Preserva a massa muscular
.Reduz a fadiga
.Promove a qualidade de vida
.Melhora o humor
Mas o dr. Ramon finaliza com um alerta:
“O início da atividade física depende da condição do paciente, mas pode ser durante o tratamento quimioterápico ou logo após o término do tratamento. A recomendação, no entanto, é que a prática seja supervisionada por profissionais qualificados, como fisioterapeutas ou educadores físicos com experiência em oncologia, além de envolver a equipe médica’’.
Contamos com a colaboração da Holding Comunicações e do médico: Dr. Ramon Andrade de Mello/Oncologista
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